segunda-feira, 21 de setembro de 2009

"Pareceu-lhe...

Então, meditativa, que não havia nenhum homem ou mulher que por acaso não tivesse olhado ao espelhoe não se surpreendesse consigo próprio. Por uma fracção de segundo a pessoa se via como um objecto a ser olhado, o que poderiam chamar de narcisismo mas, já influênciada por Ulisses, ela chamaria de: gosto de ser. Encontrar na figura esterior os ecos da figura interna: ah, então é verdade que eu não imaginei:

eu existo."


em "Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres" de Clarisse Lispecto

2 comentários:

Ana disse...

parece-me a mim que tu entendes isto... eu entendo isto e nós nos entendemos...

Virgínia disse...

Eu existo. Mas não sei se sou a pessoa que vejo do outro lado do espelho...
:)