sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Mães Leoas



hoje porque li este post , e porque todos os dias lido com este problema, volto a falar nele. Fico doente sempre que ouço uma criança chorar e as mães insistem em acreditar mais na palavra do pediatra que viu o bebé duas vezes ou três, e que decide que a criança deve mamar na hora y, x e h... do que na fome de um bebé.
E, por experiência própria, sei que muitos médicos, só precisam de ver do outro lado
uma mãe segura que diga: não eu vou fazer assim. Ou não, não vou dar sopa aos 4 meses, vou amamentar em exclusivo até aos seis.
Os médicos não são um bicho papão. Somos nós que pagamos aos médicos. Eles existem para nos prestar um serviço, tal como eu disse ao pediatra do meu filho, agradeço as fotocópias sobre a alimentação, mas pode ficar com elas, veja se o miúdo está bem, que da alimentação cuido eu.
E sabem, resultou muito bem. Passamos a usar esse tempo para conversar com o médico sobre outros temas, numa relação de mútuo respeito.

Atenção, não estou a falar de desautorizar o médico. Estou a dizer que, nós, as mães, sabemos que se seguirmos o nosso coração, nada vamos fazer que prejudique o nosso filho, tendo em conta que, se não tivermos experiência, aprendemos... se nunca tivermos tido filhos, seguimos o choro dele, e ele ensina-nos, quando tem fome, sede, calor ou frio... ou se está simplesmente aborrecido... e então, deleitamo-nos a brincar com ele.

Custa só tempo.
Tempo para parar, olhar, e seguir o coração... dele, e nosso.
Pode ser talvez mais fácil ler meia dúzia de papéis que o médico dá, seguir o conselho da sogra, da mãe, da sabedoria popular... fácil, fácil de apanhar uma depressão ou ficar literalmente doidinha!

Existe uma grande diferença, entre sabedoria popular e esperteza saloia.... que de alguma forma se mistura... e os malditos palpites dão cabo da confiança de qualquer mãe, que não perca algum tempo a afiar as suas garras de fera protectora.

A maternidade é uma viagem. Nunca sabemos com que encruzilhadas nos vamos deparar, mas não há um mapa ou bússola que aponte o caminho.... nós é que temos de saber qual o caminho que vamos seguir.

Se querem o meu conselho de doula, comprem um pano ou sling. Será dificil ignorar os desejos dum bebé que tem os olhos nos nossos olhos, e a barriga e peito contra os nossos.

Acreditem, as outras pessoas, podem dizer uma, duas ou três vezes seja o que for. Se uma mãe acredita no seu poder de mãe, vai dizer uma, duas e três vezes: EU é que SEI!
E se mesmo assim não ouvirem, um RUGIDO DE LEOA vai resolver!

9 meses a criar um bebé cá dentro... vamos deixar que outro alguém nos tire o prazer de sermos mães dos nossos filhos?

11 comentários:

aniki bóbó disse...

Assim é que se "fala"!!

Chuva disse...

Pões tão bem em palavras o que me foi tantas vezes na alma...
Agradeço-te, por mim, mas também por todas as Mães!

Sandra de Sá disse...

Sou mãe recente de primeira viagem. E apoio-te 100% naquilo que dizes e que sabes, como mãe e doula que és.
Tenho aprendido que o meu corpo me vai dando sinais daquilo que eu preciso, se tenho sede bebo, se tenho fome como, se tenho sono (e se posso) faço a sesta e por aí em diante. Há tantos dizeres, tantas sabedorias por aí espalhadas, talvez algumas até tenho um fundamento com razão, mas na verdade não me deixo levar por aí, sigo o meu instinto, paro e ouço o que o meu corpo me diz. São mãe de Coração!

Ana V. disse...

Nem mais! está tudo dito!

O que fazer à intuição de mãe?

São tantas as teorias sobre as crianças que anda tudo maluco, há 27 anos atrás devia deitar-se a criança de barriga para baixo pois se bolsasse não engoliria o vómito hoje está errado,.... que perigo correram os meus filhos.

Hoje qualquer criança activa e mais espevitada é hiperactiva, coitados dos meus filhos que não tiveram tratamento na devida altura.

São tantas as teorias que deixam os pais numa ansiedade permanente e sem saber o que fazer, concordo contigo não devemos descurar a opinião dos médicos e psicólogos mas por favor, sejamos razoáveis.

Sofia Guerra Carvalho disse...

Como diz o Michel Odent, o problema está mesmo em que tantos anos de intervenções e separações entre mãe/bebé conseguiram mesmo neutralizar consideravelmente o instinto de "mãe-leoa". Vamos recuperá-lo!

Beijinhos

Julie Alvarez disse...

You are a sensitivity genious!!

Anónimo disse...

Palmas!!!
um beijo enorme :)

Andreia disse...

Gostei imenso de ler o seu texto. Eu nao sou mãe, mas se um dia o for, irei recordar as suas palavras, pois partilho-as consigo. Beijinhos para a mamã e para o bebé :)

umademim disse...

também estou na segunda viagem com 17 semanas......e se da primeira vez me senti muito leoa e consegui seguir o meu coração agora será inequivocamente mais fácil :) chateava-me na altura que me mexericassem na minha cria pequena e para isso o uso do sling foi sublime....

alexa violeta disse...

Já tinha comentado no Facebook mas gostava ainda de deixar uma ideia no ar... E as mulheres que ainda não foram mães mas já são mães leoas? Faz sentido?...

Anónimo disse...

Adorei o teu post!
Estou prestes a ser Mãe e considero que hoje em dia a informação é tanta, tanta gente gosta de dar o seu conselho mesmo que não seja pedido, que a nossa confiança enquanto Mães ás vezes é abalada.
Concordo em pleno com as tuas palavras, pois sei que sou e serei uma Mãe Leoa. E isto exige um grande jogo de cintura, só acho é que cada um devia dar liberdade ao espaço do outro, e que quem já viveu esta fase deixar quem o está prestes a fazer, para que o possa ser em pleno.
Beijinhos e continua com essa "garra" :)

Ass. Ki